Por Bruno Melo, paroquiano
Como todos os anos a Quarta-Feira de Cinzas, além de marcar o início da Quaresma, marca também na Igreja do Brasil, o lançamento da Campanha da Fraternidade (CF) promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Desde a sua primeira edição, em 1964, a CF tem sido uma “atividade ampla de evangelização, para ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a viverem a fraternidade em compromissos concretos, no processo de transformação da sociedade, a partir de um problema específico que exige a participação de todos, na busca de alternativas de solução” (texto-base).
Para este ano, o tema escolhido foi “Fraternidade e Segurança Pública” e o lema “A paz é fruto da justiça” (Is 32,17). A escolha do tema mostra “a preocupação da Igreja no Brasil em criar condições para que o Evangelho seja melhor vivido em uma sociedade que, a cada dia, se torna mais violenta e insegura para as pessoas e procura contribuir para que este processo seja revertido através da força transformadora do Reino de Deus” (texto-base, n. 3).
O objetivo geral da CF deste ano é “suscitar o debate sobre a segurança pública e contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social que seja garantia de segurança para todos”.
Para que o objetivo geral seja atingido, a CNBB propõe alguns objetivos específicos:
- Desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, a fim de que possam se sensibilizar e se mobilizar, assumindo sua responsabilidade pessoal no que diz respeito ao problema da violência e à promoção da cultura da paz;
- Denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns;
- Fortalecer a ação educativa e evangelizadora, objetivando a construção da cultura da paz, a conscientização sobre a negação de direitos como causa da violência e o rompimento com as visões de guerra;
- Denunciar a predominância do modelo punitivo presente no sistema penal brasileiro, expressão de mera vingança, a fim de incorporar ações educativas, penas alternativas e fóruns de mediação de conflitos que visem à superação dos problemas e à aplicação da justiça restaurativa;
- Favorecer a criação e a articulação de redes sociais populares e de políticas públicas com vistas à superação da violência e de suas causas e à difusão da cultura da paz;
- Desenvolver ações que visem à superação das causas e dos fatores da insegurança;
- Despertar o agir solidário para com as vítimas da violência;
- Apoiar as políticas governamentais valorizadas dos direitos humanos.
A CF deste ano nos convida a todos a assumir as atitudes e opções de Jesus, para que possamos construir uma sociedade mais justa, solidária e segura. Que esta CF traga bons frutos para todos, já que a segurança pública é algo que diz respeito a todos.
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